Medicamentos psiquiátricos: informação e orientação profissional são fundamentais para eficácia do tratamento
17 de setembro de 2025 - 15:56
17 de setembro de 2025 – 15:35 #consultório farmacêutico #medicamentos #remédios psiquiátricos
Assessoria de Comunicação do HSM
Texto: Milena Fernandes
Fotos: Brauliana Barbosa
Quando o assunto é medicamento psiquiátrico, muita gente ainda tem receio ou até mesmo preconceitos. O medo de “ficar dependente”, “ficar dopado” ou de sofrer com efeitos colaterais é comum, mas, na maioria das vezes, isso acaba atrasando ou até impedindo que pessoas recebam o tratamento adequado para transtornos como ansiedade e depressão. Nesse contexto, especialistas do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), orientam que, quando um remédio é indicado para determinado caso, é fundamental seguir todas as recomendações para que ele faça o devido efeito.
De acordo com o psiquiatra do HSM, Helder Gomes, cada tratamento precisa ser pensado individualmente. “Não existe um remédio único que sirva para todo mundo. Cada medicamento tem um perfil e cabe ao médico avaliar qual é o mais indicado para aquele paciente, além da dose certa para cada situação”, explica.
Helder Gomes: “interromper ou usar o medicamento de forma irregular pode trazer riscos, inclusive piorar o quadro”
Paciência faz parte do processo
Outra informação importante é que os medicamentos psiquiátricos não fazem efeito imediato. Segundo o especialista, em geral, o paciente começa a sentir uma melhora inicial após duas semanas e o efeito completo pode aparecer até seis semanas depois.
Por isso, seguir corretamente as orientações médicas, é essencial. “É normal que o paciente se frustre no início por não sentir diferença logo nos primeiros dias. Mas a regularidade é fundamental para que o tratamento funcione. Interromper ou usar de forma irregular pode trazer riscos, inclusive piorar o quadro”, reforça Gomes.
Medicamentos mais modernos
Se antes os tratamentos estavam muito associados a efeitos colaterais como sonolência excessiva e perda de qualidade de vida, hoje a realidade é diferente. A medicina evoluiu e os novos medicamentos são muito mais seguros, com menos chances de causar dependência ou efeitos indesejados.
Ainda assim, todo paciente deve conversar abertamente com seu médico. “Se existe algum receio, a melhor saída é falar sobre ele. O tratamento é um caminho de parceria entre paciente e profissional”, orienta o psiquiatra.
Vale lembrar também que alguns transtornos podem ser tratados apenas com psicoterapia, enquanto outros exigem o uso de medicamentos para uma melhora significativa e a orientação tem que ser sempre mediada por um especialista.
Consultório farmacêutico: apoio extra para o paciente
Pacientes dos ambulatórios de psiquiatria do HSM conta com apoio do consultório farmacêutico
Para ajudar nesse processo e fortalecer ainda mais o cuidado integral, o HSM conta com um consultório farmacêutico, que funciona às segundas-feiras e quintas-feiras. Ampliado aos pacientes dos ambulatórios de psiquiatria, o objetivo é aperfeiçoar o uso de medicamentos e promover a saúde integral do paciente. É possível tirar dúvidas sobre efeitos colaterais, posologia, interações medicamentosas, além de receber orientações sobre o uso seguro dos fármacos e apoio à adesão ao tratamento.
O consultório promove ainda um cuidado mais amplo: verifica pressão arterial, mede glicemia capilar e orienta sobre hábitos saudáveis e autocuidado. “O acompanhamento do farmacêutico é um grande aliado, especialmente porque o tratamento psiquiátrico pode envolver diferentes tipos de medicamentos e cuidados”, destaca o farmacêutico clínico do HSM, Samuel Torres de Medeiros.
Maria Teresa Feitosa Pessoa de Carvalho, de 67 anos, que é acompanhada pelo ambulatório do HSM, foi uma das primeiras a utilizar o serviço. Ela é farmacêutica aposentada e, apesar de ser da área, reconhece que é muito importante conversar com um profissional sobre as reações adversas e interações medicamentosas.
“A implantação do consultório farmacêutico é de extrema importância para adesão ao tratamento, uso racional de medicamentos e esclarecimento para o paciente quanto à utilização correta dos medicamentos prescritos pelo médico. Medicamentos de controle especial, como os demais grupos terapêuticos, devem ser utilizados com orientações do profissional farmacêutico”, declara.
Com acompanhamento médico adequado, adesão correta ao tratamento e espaços de apoio como o consultório, é possível recuperar a qualidade de vida e seguir o tratamento psiquiátrico de forma mais tranquila e segura.