Emergência do Hospital de Saúde Mental atende pacientes com transtornos psiquiátricos graves

1 de março de 2022 - 14:13

1 de março de 2022 – 13:54 # # # #

Assessoria de Comunicação do HSM
Texto: Milena Fernandes
Artes gráfica: Brauliana Barbosa


Casos sem urgência, porém, com elevada gravidade, e ocorrências leves devem ser tratados nos Centros de Atenção Psicossocial e nos postos de saúde, respectivamente

O Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), possui atendimento emergencial 24 horas para situações psiquiátricas em que há sofrimento agudo grave ou risco significativo para o paciente ou terceiros, demandando uma intervenção terapêutica imediata. Casos sem urgência, porém, com elevada gravidade, devem ser direcionados aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Ocorrências consideradas leves ou com moderadas gravidades devem ser tratadas nos postos de saúde.

A médica psiquiatra e coordenadora da Emergência do HSM, Gleicianne Gadelha, cita alguns exemplos mais clássicos de atendimentos que estão dentro do perfil do equipamento e que devem ser trazidos para a Emergência. “São os casos de risco de suicídio, principalmente se o paciente já tentou outras vezes (aqui, é importante lembrar que as tentativas consumadas devem ser direcionadas, inicialmente, para a Emergência Clínica, para estabilização prévia); crises de ansiedade agudas, como ataques de pânico, episódios dissociativos e conversivos; crises de agitação e agressividade associadas a delírios, alucinações e desorientações graves”, detalha.

A especialista enfatiza que, se os pacientes estiverem apresentando alterações clínicas importantes no momento de uma crise psiquiátrica, devem ser direcionados para a Emergência Clínica. “Por exemplo, paciente desorientado e com dor no peito: é importante avaliar primeiro a dor torácica na unidade clínica, pois o paciente pode estar infartando. Condições psiquiátricas causam muito sofrimento, mas não ameaçam tanto a vida do paciente como uma situação clínica. É muito comum, por exemplo, quadros agudos de desorientação em pacientes idosos por causa de infecção ou desidratação; esses pacientes precisam passar antes por uma avaliação clínica em uma unidade especializada”, indica Gadelha.

Entenda como funciona o atendimento psiquiátrico na Emergência do HSM

O paciente chega ao Hospital de Saúde Mental e procura o setor de Emergência, onde será encaminhado para a sala de acolhimento. Este é o primeiro passo. Um técnico em Enfermagem irá aferir os sinais vitais e colher uma brever história sobre o caso. Em seguida, o paciente aguardará ser chamado pelo nome para a sala de triagem. Este é o segundo passo. Uma equipe composta por psiquiatra e enfermeiro avalia, então, se o caso corresponde ao perfil de atendimento da Emergência.

Ao entender que a ocorrência corresponde ao perfil de atendimento do equipamento, o paciente tem seu risco classificado e é direcionado para aguardar o terceiro e último passo, que é a consulta de emergência com um segundo psiquiatra. Se, após isso, não corresponder ao perfil de atendimento, são fornecidas as orientações necessárias e o paciente é liberado. Mas, se estiver dentro do escopo do setor, o usuário pode ser encaminhado para o internamento ou para outros tratamentos.

A classificação de risco é utilizada para otimizar o tempo de atendimento na Emergência, viabilizando o menor tempo possível de espera para atendimento de casos com risco elevado. “Inclusive, quando estamos diante de pacientes com crises de agitação muito graves, ameaçando a própria integridade física e a de terceiros, normalmente realizamos triagem e atendimento ao mesmo momento com o intuito de conter sofrimento e riscos o mais breve possível”, ressalta a coordenadora.

Na Emergência do hospital, trabalham dois enfermeiros, quatro técnicos em Enfermagem, dois psiquiatras e três assistentes sociais na equipe de todos os plantões. De segunda a sexta, durante o dia, um psicólogo se soma ao grupo.

Principais transtornos observados nos últimos anos

Com a pandemia de covid-19, casos de ideação suicida, crises agudas de ansiedade e de dependência química aumentaram. “Acreditamos que tanto o contexto de restrição social quanto a relação com a própria infecção por covid-19 contribuíram para o aumento de ocorrências de ansiedade e depressão. Como os pacientes foram se tornando mais adoecidos mentalmente, uma possibilidade é que muitos podem ter recorrido a entorpecentes para alívio dos sintomas, desenvolvendo uma dependência química”, avalia a psiquiatra.

Novo fluxo na Emergência

Desde o início da pandemia que a Emergência adotou um fluxo específico, com um pequeno questionário sobre sintomas gripais já no acolhimento do paciente. A triagem passou a ser realizada por psiquiatra e enfermeiro. A presença de um psiquiatra no acolhimento auxiliou na diminuição da procura de pacientes com quadros que deveriam estar sendo conduzidos nos CAPs e nos postos de saúde.

“Com a pandemia, os pacientes com transtornos psiquiátricos (que já tinham nossa unidade como referência) continuaram a procurar a Emergência do hospital mesmo que por agravo clínico e não psiquiátrico. Passamos, então, a aferir os sinais vitais do paciente logo em sua chegada e a aplicar um pequeno questionário sobre sintomas sugestivos de covid-19 para identificar se ele tem condições de atendimento na nossa unidade e se precisa ficar em isolamento, aguardando atendimento, para diminuir a chance de disseminação da doença”, frisa a médica.

Serviço

Emergência Psiquiátrica do HSM
Funcionamento – 24h
Onde: Rua Vicente Nobre de Macedo, s/n – Messejana, Fortaleza