Profissionais de saúde participam do I Ciclo de Debates em Saúde Mental
17 de maio de 2016 - 15:19
Fotos: Assessoria de Comunicação da Sesa
No I Ciclo de Debates – Diálogos em Saúde Mental, realizado na manhã desta terça-feira, 17, pela Secretaria da Saúde do Estado, por meio do Núcleo de Atenção à Saúde Mental (Nusam), da Coordenadoria de Políticas e Atenção à Saúde, a médica psiquiátrica Marluce Oliveira, falou sobre a “Cultura Contemporânea e o Impacto na Reforma Psiquiátrica” e destacou a importância do tratamento humanizado e especializado de acordo com a evolução dos diferentes tipos de transtornos mentais. “A tecnologia não deu conta da psiquê humana, não foi suficiente para compreender o sofrimento psíquico. Precisamos aprender a ver cada paciente no seu dia a dia”, disse. O encontro, que ocorreu no Auditório Waldir Arcoverde da Sesa, reuniu gestores e profissionais da saúde mental do Estado e dos municípios, além de estudantes e trabalhadores da Sesa.
Para Marluce Oliveira, a iniciativa do Governo do Estado, através do Núcleo de Atenção à Saúde Mental da Sesa, abre um novo momento que reconhece as dificuldades, o estigma social e a necessidade de reorganizar a rede de saúde e reintegrar as pessoas que sofrem com transtorno mental às comunidades, ao convívio com a família. “Sou militante em defesa da Saúde Mental. Eu vejo na iniciativa do Nusam, a abertura para o diálogo, sem temer as divergências e prontos para agir. É isso que os nossos pacientes, as famílias dos pacientes e nós, trabalhadores, esperamos. A dependência química, a depressão e a tentativa de suicídio não são mais os mesmos da década de 80, e isso tem a ver com a sociedade, com as mudanças da psiquê humana”, alertou Marluce Oliveira.

Marluce Oliveira, médica psiquiátrica
De acordo com Aline Teles, supervisora do Nusam, a proposta dos ciclos de debates não é apenas reunir profissionais, trabalhadores da Saúde Mental, mas também convidar a sociedade para discutir e ajudar a desenhar um novo processo, redimensionando as dificuldades locais e fortalecendo a rede de saúde pública. “A ideia é a gente se aproximar dos trabalhadores da Saúde Mental e das comunidades, saber a quem precisamos comunicar, melhorar o sistema e reestruturar os equipamentos e equipes para a promoção da saúde mental. A Lei 10.216/01 faz 15 anos e desde então, os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) vem nessa batalha de tentar se legitimar. Deve-se preservar a cidadania do usuário, para que ele não seja enxergado pela doença e sim, pelo que ele é”, falou.

Aline Teles, supervisora do Núcleo de Atenção à Saúde Mental da Sesa
Reforma Psiquiátrica
A reorientação do modelo da atenção em saúde mental é amparada pela Lei 10.216/01, do Ministério da Saúde, que redireciona o modelo assistencial em saúde mental e garante os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental. O processo social da Reforma Psiquiátrica significa a mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio na família e na comunidade. O Governo do Estado é o articulador das políticas de Saúde Mental e os municípios são executores. A promoção da saúde é realizada pelos municípios através das Redes de Saúde. O trabalho em rede vem sendo estruturado em um esforço coletivo entre o Estado, as Regionais de Saúde e os respectivos municípios, no sentido de implementar as 18 Redes de Atenção Psicossociais do Estado do Ceará, já pactuadas em CIB (Comissão Intergestores Bipartite). O intuito é possibilitar e estruturar pontos resolutivos de atenção para as necessidades locais dos usuários, garantindo a integralidade do cuidado de forma articulada e descentralizada.
Ciclo de Debates em Saúde Mental
Os ciclos de debates têm como objetivo ampliar o acesso a informações sobre saúde mental para fomentar estratégias e desenvolver ações junto a diversos segmentos da sociedade como estímulo a práticas que promovam a inclusão social e garantir o acolhimento às famílias e o atendimento qualificado a pessoas com transtornos mentais.
Nesta terça-feira, 17, o I Ciclo de Debates – Diálogos em Saúde Mental ocorreu em alusão ao Dia da Luta Antimanicomial, comemorado em 18 de maio. O encontro será mensal, ocorrendo uma vez a cada mês, conforme o cronograma de datas comemorativas na saúde mental.
Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá / Helga Rackel ( selma.oliveira@saude.ce.gov.br / 85 3101.5221 / 3101.5220)
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