Uso correto do jaleco garante segurança do paciente e do profissional

4 de setembro de 2015 - 13:50

 

As vestimentas de biossegurança utilizadas pelos profissionais de saúde são de uso exclusivo nos locais de trabalho. Esse é o entendimento do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) em parecer emitido em agosto de 2014, respaldado em recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e em norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). ”O uso do jaleco deve ser restrito ao ambiente de trabalho do profissional de saúde”, diz o parecer sobre essa vestimenta de trabalho. O jaleco é um Equipamento de Proteção Individual (EPI) usado para resguardar profissionais e pacientes dos microrganismos presentes no ambiente hospitalar. Assim sendo, a exposição dos jalecos em locais públicos ou de circulação de pessoas representa riscos para a saúde pública.

“É essencial que os profissionais utilizem os jalecos de forma correta”. A afirmação é da integrante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Geral de Fortaleza (CCIH/HGF), Waldélia Monteiro. De acordo com ela, as vestimentas de proteção individual podem transportar germes, bactérias, vírus e fungos. Além dos jalecos, existem outros tipos de EPI’s que são utilizados dentro de ambientes privativos como máscaras, luvas, gorros, aventais e roupas específicas para o centro cirúrgico. O uso dessas vestimentas deve ser controlado de forma eficaz. “É necessário zelar pelo uso adequado das vestimentas de biossegurança, pois elas podem se tornar um risco biológico”, diz a especialista da CCIH. “Não se deve permitir que os profissionais saiam da unidade utilizando-as”, acrescenta.

Em alguns estados e cidades do Brasil há leis que proíbem uso dos jalecos fora do ambiente de trabalho. É o que ocorre no Maranhão, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e nas cidades de Belo Horizonte, Goiânia e Recife. Em São Paulo e no Paraná, o profissional da área de saúde que desrespeita a proibição de equipamentos de proteção individual, como o jaleco, fora do ambiente de trabalho fica sujeito a multa. A Norma Regulamentadora 32, da Anvisa, que trata da segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, estabelece que “os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais”. O manual de biossegurança laboratorial da OMS sustenta que o uso do jaleco somente no espaço de trabalho dificulta a contaminação por microrganismos infectantes dentro e fora do local de trabalho..

Estudos realizados inclusive no Brasil respaldam essa preocupação e confirmam que o vestuário utilizado no cotidiano do profissional de saúde pode ser considerado um potencial reservatório para a transmissão de microrganismos envolvidos na ocorrência das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) detectou a presença de bactérias em 95,8% dos jalecos médicos analisados. Dentre elas estava a Staphilococcus aureus, principal responsável pelas infecções hospitalares. Estudo realizado pelo Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou que alguns tipos de bactérias se mantêm por até dois meses no jaleco e pelos menos 90% delas resistem no tecido durante 12 horas. Os próprios estudos confirmam que os jalecos são transmissores potenciais de organismos multirresistentes.

A recomendação para os profissionais de saúde e nunca sair de um local privativo como, por exemplo, centro cirúrgico, unidades de terapia intensiva e áreas de isolamento utilizando vestimentas de proteção individual. O profissional deve acomodar esses EPI’s em locais apropriados que são disponibilizadas na saída de cada unidade. Conforme a OMS, os jalecos são usados para formar uma barreira de proteção e reduzir o risco de transmissão de microrganismos. Previnem a contaminação das roupas, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectado. Para o uso correto dessa vestimenta, faz as seguintes observações:

– Uso de jaleco é permitido somente nas áreas de trabalho;
– Os jalecos nunca devem ser colocados no armário onde são guardados objetos pessoais;
– Devem ser descontaminados antes de serem lavados.

 

 

Assessoria de Comunicação da Sesa/ Hospital Geral de Fortaleza
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