Música humaniza assistência no HSMM
24 de julho de 2009 - 14:04
Há cinco anos o Hospital de Saúde Mental de Messejana (HSMM) desenvolve o projeto Som Saúde, que tem contribuído para a humanização do atendimento, conforme o estabelecido no Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, do Ministério da Saúde. O projeto utiliza a musicoterapia e envolve um grupo de 16 pacientes por sessão.
As atividades são realizadas nas unidades de internação masculina e feminina, Hospital Dia, Elo de Vida e Unidade de Desintoxicação, com estímulo ao potencial criativo dos pacientes, para abrandar seu sofrimento psíquico dos mesmos, a fim de que os dias de internação transcorram de maneira favorável à recuperação.
O trabalho é realizado com utilização de instrumentos musicais pela facilitadora (violão, cavaquinho) e pelos pacientes, integrantes do grupo, que dispõem de instrumentos de percussão (atabaque, pandeiro, triângulo, calimba, agogô, entre outros). Os instrumentos são usados para dinâmicas que estimulam a manifestação dos indivíduos. A terapia tem duração de 60 minutos.
De acordo com a psicóloga e musicista Ré Moura Campos, responsável pelo projeto, as vivências musicais estimulam a criatividade e auto-confiança, ajudando a mobilizar o potencial de saúde dos indivíduos ao estabelecer uma relação de equilíbrio entre mente, corpo e mundo externo.
A musicoterapia tem o obejetivo de criar estratégias de comunicação e de socialização, a fim de diminuir o isolamento. Os resultados têm sido positivos. Os pacientes afirmam que as sessões de musicoterapia dissipam a tensão do dia a dia da rotina hospitalar. Eles demonstram alívio, diminuição das preocupações com a doença e incremento da confiança no tratamento e na recuperação.
Atividades realizadas com instrumentos musicais com fins terapêuticos
Triângulo – ajuda no resgate da identidade e da auto-estima, além de promover a socialização. É utilizada na apresentação dos pacientes.
Atabaque – o tambor é o momento em que ao pacientes são estimulados a expressar suas emoções, conflitos e a promover a catarse.
Pau de chuva – o instrumento de origem indígena reproduz os sons da natureza, estimula a memória sensorial e a imaginação.
Bongô – promove a integração, ajudando na experimentação de novas maneiras de contato interpessoal. É tocado com o intuito de ajudar os integrantes do grupo a se conhecerem (pelos seus nomes).
Violão e vozes – é o momento em que são tocadas as músicas sugeridas pelos pacientes. As vivências musicais estimulam a criatividade e a auto-confiança, ajudando a mobilizar o potencial de saúde do paciente.